terça-feira, 18 de agosto de 2015

Termos Técnicos em Anatomia

Em Anatomia Humana, utiliza-se a adoção de uma posição padrão fixa, invariável, denominada de posição anatômica. A razão que levou os anatomistas a estabelecerem tal postura é a de se evitar a dualidade nas descrições de posicionamento, considerando-se que este pode ser variável. Desse modo, quando um texto anatômico refere-se a um objeto de descrição, é considerado como se o indivíduo estivesse na posição padronizada, por mais que ele não se encontre em tal posição.
Nessa posição, o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada para frente, o olhar dirigido ao horizonte, membros superiores estendidos e alinhados ao tronco, com as palmas das mãos voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.
Planos de Delimitação e Secção do Corpo Humano
- Plano Mediano: plano imaginário, vertical, que passa longitudinalmente através do corpo, dividindo-o em metades direita e esquerda.
Plano Frontal (coronal): é um plano imaginário, vertical, perpendicular (90º) ao plano mediano, dividindo o corpo em duas partes, uma anterior e outra, posterior.
Plano Sagital: qualquer plano imaginário que seja paralelo ao plano mediano, dividindo o corpo em duas partes assimétricas (desiguais) direita e esquerda.
Plano Horizontal (transverso): plano imaginário que atravessa o corpo humano, perpendicular ao mediano e ao coronal, dividindo o corpo em duas partes: superior e inferior.
Suponhamos, agora, que o indivíduo encontre-se na posição anatômica dentro de um caixão de vidro. As seis paredes que constituem o caixão representariam os planos tangenciais, que são:
Plano superior (cranial): seria a parede por cima da cabeça.
- Plano inferior (podálico): é o que se situa por baixo dos pés.
Plano anterior (ventral): que passa pela frente do corpo.
Plano posterior (dorsal): é o que formaria o fundo do caixão, ou seja, atrás das costas.
- Planos laterais: são as paredes laterais que limitam os membros do lado direito e esquerdo.
Então, recapitulando, em outras palavras, usando estruturas corporais:
1º) Toda estrutura que se afastar do plano mediano, quando comparado a outra mais próxima dele, diz-se que é lateral. A que for mais próxima do plano mediano, medial.
2º) Sempre que uma estrutura estiver acima da outra, a primeira será superior, e a outra, inferior.
 
OBS¹: atente-se ao fato de que se utiliza superior e inferior para qualquer parte do corpo humano, desde que não sejam os membros superior e inferior. Nesses casos, são usadas as nomenclaturas proximal e distal. A primeira, para a estrutura que estiver mais próxima da raiz do membro, e a segunda para a mais distante. Ex: a raiz do membro superior é representada pelo ombro, ou seja, toda estrutura que se aproximar do ombro, é proximal, em oposição aquela que se afastar, distal.
3º) Sempre que referir-se a três estruturas simultâneas, a do meio será uma estrutura média.

OBS²: CUIDADO! Normalmente, os alunos costumam se confundir com algumas situações e nomenclaturas semelhantes. Quando as três estruturas apresentarem uma relação de superioridade-inferioridade, ou de anterioridade-posterioridade, a do meio SEMPRE será média. Quando as três estruturas tiverem relação de lateralidade, a do meio SEMPRE será intermédia.

Tetralogia de Fallot


O que é Tetralogia de Fallot (T4F)? Passaremos a chamá-la de T4F apenas para abreviar. A T4F é uma má-formação congênita do coração composta de quatro elementos, por isso a denominação “tetralogia”, e  Fallot é o sujeito que descreveu esta doença. Encontram-se: 1-A CIV, ou Comunicação Interventricular, ocorre quando existe um orifício ou “buraquinho” entre as duas câmeras do coração chamados de ventrículos (esquerdo e direito), 2-Dextroposição da aorta, que significa um desalinhamento para a direita da aorta ao sair do coração, 3-Obstrução de ventrículo direito, ocorre portanto uma dificuldade de passagem de sangue pobre em oxigênio para os pulmões e 4-Hipertrofia ventricular direita, devido ao excessivo trabalho do ventrículo direito, o músculo aumenta de massa, principalmente de espessura.
Qual as apresentações de Tetralogia de Fallot? Podemos dizer que um paciente portador de T4F nunca tem os mesmos achados que outro. Isto se deve ao tempo de evolução, e grau de menor ou maior importância no desenvolvimento de cada elemento que constitui a T4F. Conforme critérios anatômicos podemos classificar a T4F de “Boa” ou “Má” Anatomia.
Qual a importância da Tetralogia de Fallot? Na T4F o sangue pobre em oxigênio não consegue atingir os pulmões em quantidade suficiente para retornar oxigenado para o coração esquerdo. Assim, ainda na infância as crianças apresentam-se com cianose (bebês azuis). Isto reflete uma quantidade menor de oxigênio no sangue, com o passar do tempo o sangue e o organismo fazem uma série de acomodações a esta condição como, por exemplo, forma vasos novos.
Como posso descobrir a Tetralogia de Fallot? Por ocasião de uma avaliação o médico pode suspeitar, sendo confirmado por Ecocardiograma ou Cateterismo Cardíaco (complementar). Em alguns pacientes, o organismo forma ao longo do tempo os colaterais (vasos novos), entre a aorta e a artéria pulmonar, e é fundamental conhecer sua presença e magnitude. Para tanto, é feito investigação complementar com Angio-Tomografia (no mínimo 64 canais), Angio-Ressonância Nuclear Magnética ou cateterismo(com estudo da aorta-aortografia).
Quando indicar Cirurgia para a Tetralogia de Fallot?
A idade do paciente, a gravidade da doença, e a rotina da equipe médica definem o como e quando intervir. Sugiro em todos os casos, avaliação criteriosa e acompanhamento com especialista Cardiopediatra ou Cardiologista, além da opinião do Cirurgião Cardiovascular.
A cirurgia de Tetralogia de Fallot.
Existem dois tipos de cirurgia nesta ocasião: paliativa ou corretiva. (vide Informações ao Paciente & Família – Qual a diferença de Cirurgia paliativa e corretiva?).  A cirurgia em crianças recém-nascidas e lactentes(até 6 meses em média) pode ser paliativa. Neste caso, o médico Cirurgião Cardiovascular faz uma ponte (bypass) com enxerto (pode ser sintético como PTFE ou biológico) entre a aorta e a artéria pulmonar, com intuito de aumentar o fluxo de sangue para os pulmões e consequentemente a oxigenação sanguínea (Cirurgia de Blalock-Taussig-Vivian modificado). A incisão ou corte de pele deverá ser explicada quanto à localização e extensão individualmente.
Em pacientes maiores é feito um estudo caso a caso das condições do paciente e da gravidade de sua doença do coração. Podendo indicar-se  a correção total (cirurgia corretiva). Para realizarmos este tipo de cirurgia é necessário o auxílio da máquina coração-pulmão ou CEC (vide Informações ao Paciente & Família – O que é Circulação Extra-Corpórea). A cirurgia corretiva consiste em corrigir os quatro elementos (tetralogia): 1-A CIV é fechada (vide Cirurgia da Criança & Adolescente-CIV – “A cirurgia de fechamento de CIV”), 2- A aorta é redirecionada adequadamente para o ventrículo esquerdo através da CIV 3 e 4 – Os elementos de obstrução são retirados permitindo fluxo livre de sangue para os pulmões, ou em alguns casos um enxerto (tubo valvulado ou “manchão” biológico) irá promover a passagem de sangue do ventrículo direito para a artéria pulmonar.
Cirurgia de Blalock-Taussig-Vivian com enxerto de PTFE
Cirurgia de Blalock-Taussig-Vivian com enxerto de PTFE
Risco cirúrgico: o risco deve ser considerado com o seu médico Cirurgião Cardiovascular conforme avaliação individual de cada paciente. (vide Informações ao Paciente & Família – Fatores de risco cardiovascular e complicações possíveis)
Complicações relacionadas (risco-baixo): sangramento, infecção de ferida operatória, bloqueio cardíaco (com necessidade de marcapasso definitivo), baixo débito cardíaco, arritmias cardíacas, alterações em sistema nervoso central, alteração renal, recidiva, CIV residual, obstrução residual VD-TP, insuficiência pulmonar, etc.
Contra-indicação: em caso de outra doença ou má-formação incompatível com a vida, ou alterações no organismo que impeçam a realização de qualquer ato cirúrgico, ao exemplo de alteração de coagulação importante (incapacidade do indivíduo de formar coágulos). Analisar individualmente a presença de colaterais sistêmico-pulmonares e planejar a estratégia de manejo destas.
Cuidados de pós-operatório: depende da idade do paciente. Em geral os pacientes que vem de casa operam e no pós-operatório imediato vão para a unidade de recuperação cirúrgica ou UTI (conforme o hospital), pelo tempo necessário para desmame (retirada) de medicações/ suporte respiratório e eventualmente renal. Quantos aos pacientes em caráter de urgência, são internados em UTI para preparação adequada para cirurgia.
Quando houver alta da UTI, serão acompanhados no quarto ou enfermaria, aguardando condições adequadas para a alta hospitalar, que em nosso contexto fica a critério da equipe clínica.(vide Informações ao Paciente & Família).
Qualquer dúvida, ou explicação deve ser feita pessoalmente com seu médico Cirurgião Cardiovascular.
Como seres humanos somos únicos, apostos de medos e aflições. Na Medicina como na vida não existem respostas prontas para resolvê-los. Como médico lido cotidianamente com seres humanos precisando de ajuda, e não apenas com as doenças que nos desafiam. Peço humildemente a Deus que nos abençoe neste caminho.

Sistema Nervoso


Durante a evolução do ser vivo vimos que os primeiros neurônios surgiram na superfície externa do organismo, tendo em vista que a função primordial do sistema nervoso é de relacionar o animal com o ambiente. Dos três folhetos embrionários, o ectoderma é aquele que está em contato com o meio externo do organismo e é deste folheto que se origina o sistema nervoso.

  O primeiro indício de formação do sistema nervoso consiste em um espessamento do ectoderma, situado acima da notocorda, formando a chamada placa neural. Sabe-se que a formação desta placa e a subsequente formação do tubo neural tem importante papel na ação indutora da notocorda e do mesoderma. Notocordas implantadas na parede abdominal de embriões de anfíbios induzem aí a formação de tubo neural. Extirpações da notocorda ou mesoderma em embriões jovens resultaram em grandes anomalias da medula.
A placa neural cresce progressivamente, torna-se mais espessa e adquire um sulco longitudinal denominado sulco neural, que se aprofunda para formar a goteira neural. Os lábios dessa goteira fundem-se para formar o tubo neural. O ectoderma não diferenciado, então, se fecha sobre o tubo neural, isolando-o assim do meio externo. No ponto em que este ectoderma encontra os lábios da goteira neural, desenvolvem-se células que formam, de cada lado, uma lâmina longitudinal denominada crista neural. O tubo neural dá origem a elementos do sistema nervoso central, enquanto a crista dá origem a elementos do sistema nervoso periférico, além de elementos não pertencentes ao sistema nervoso.
Desde o início de sua formação, o calibre do tubo neural não é uniforme. A parte cranial, que dá origem ao encéfalo do adulto, torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo, ou arquencéfalo; a parte caudal, que dá origem à medula do adulto, permanece com calibre uniforme e constitui a medula primitiva do embrião.
No arquencéfalo distinguem-se inicialmente três dilatações, que são as vesículas encefálicas primordiais denominadas: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Com o subsequente desenvolvimento do embrião, o prosencéfalo dá origem a duas vesículas, telencéfalo e diencéfalo. O mesencéfalo não se modifica, e o rombencéfalo origina o metencéfalo e o mielencéfalo.

O telencéfalo compreende uma parte mediana, da qual se evagina duas porções laterais, as vesículas telencefálicas laterais. A parte mediana é fechada anteriormente por uma lâmina que constitui a porção mais cranial do sistema nervoso e se denomina lâmina terminal. As vesículas telencéfalicas laterais crescem muito para formar os hemisférios cerebrais e escondem quase completamente a parte mediana e o diencéfalo. O diencéfalo apresenta quatro pequenos divertículos: dois laterais, as vesículas ópticas, que formam a retina; um dorsal, que forma a glândula pineal; e um ventral, o infundíbulo, que forma a neurohipófise.


Cavidades do tubo neural: a luz do tubo neural permanece no sistema nervoso do adulto, sofrendo, em algumas partes, várias modificações. A luz da medula primitiva forma, no adulto, o canal central da medula. A cavidade dilatada do rombencéfalo forma o IV ventrículo. A cavidade do diencéfalo e a da parte mediana do telencéfalo forma o III ventrículo. A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral que une o III ao IV ventrículo. A luz das vesículas telencéfalicas laterais forma, de cada lado, os ventrículos laterais, unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares. Todas as cavidades são revestidas por um epitélio denominado epêndima e, com exceção do canal central da medula, contêm o líquido cefalorraquidiano (LCR), ou líquor.

O sistema nervoso central é aquele localizado dentro do esqueleto axial (cavidade craniana, com exceção dos nervos cranianos, e canal vertebral); o sistema nervoso periférico é aquele que se localiza no esqueleto apendicular. O encéfalo é a parte do sistema nervoso central situado dentro do neurocrânio; e a medula é localizada dentro do canal vertebral. O encéfalo e a medula constituem o neuro-eixo. No encéfalo temos cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Pode-se dividir o sistema nervoso em sistema nervoso da vida de relação, ou somático, e sistema nervoso da vida vegetativa, ou visceral. O sistema nervoso da vida de relação é aquele que se relaciona o organismo com o meio ambiente, apresentando um componente aferente e outro eferente. O componente aferente conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que passa no meio ambiente. O componente eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos resultando em movimentos voluntários.

O sistema nervoso visceral é aquele que se relaciona com a inervação e com o controle das vísceras. O componente aferente conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras a áreas especificas do sistema nervoso. O componente eferente leva os impulsos originados em centros nervosos até as vísceras. Este componente eferente é também denominado de sistema nervoso autônomo e pode ser dividido em sistema nervoso simpático e parassimpático.


O TECIDO NERVOSO

O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos de celulares: os neurônios e as células da glia (neuróglia). Neurônio: é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar informações. Neuróglia: compreende as células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem como função sustentação, revestimento ou isolamento, e modulação da atividade neural.
Neurônios: são células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com outras células efetuadoras, usando basicamente uma linguagem elétrica. A maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, dendritos e axônios. O corpo celular é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis, conforme o tipo de neurônio. O corpo celular é também, junto com os dendritos, local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos.



Os dendritos geralmente são curtos e ramificam-se profusamente, à maneira de galhos de árvore, em ângulos agudos, originando dendritos de menor diâmetro. São os processos ou projeções que transmitem impulsos para os corpos celulares dos neurônios ou para os axônios. Em geral os dendritos são  amielinizados. Um neurônio pode apresentar milhares de dendritos. Portanto, os dendritos são especializados em receber estímulos.
A grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal. O axônio apresenta comprimento muito variável, podendo ser de alguns milímetros como mais de um metro. São os processos que transmitem impulsos que deixam os corpos celulares dos neurônios, ou dos dendritos. A porção terminal do axônio sofre várias ramificações para formar de centenas a milhares de terminais axônicos, no interior dos quais são armazenados os neurotransmissores. Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação (corrente elétrica).



Tipos de Neurônios: são três os tipos de neurônios: sensitivo, motor e interneurônio. Um neurônio sensitivo conduz a informação da periferia em direção ao SNC, sendo também chamado neurônio aferente. Um neurônio motor conduz informação do SNC em direção à periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. Os neurônios sensitivos e motores são encontrados tanto no SNC quanto no SNP. Portanto, o sistema nervoso apresenta três funções básicas:
  Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC;
  Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada;
  Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC.


Classificação do neurônio quanto aos seus prolongamentos: a maioria dos neurônios possui vários dendritos e um axônio, por isso são chamados de multipolares. Mas também existem os neurônios bipolares e pseudo-unipolares. Nos neurônios bipolares, dois prolongamentos deixam o corpo celular, um dendrito e um axônio. Nos neurônios pseudo-unipolares, apenas um prolongamento deixa o corpo celular.
Sinapses: os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos são denominados sinapses. Ou seja, os neurônios comunicam-se uns com os através das sinapses – pontos de contato entre neurônios, no qual encontramos as vesículas sinápticas, onde estão armazenados os neurotransmissores, agentes químicos liberados ou secretados por um neurônio. Os neurotransmissores mais comuns são a acetilcolina e a norepinefrina. Outros neurotransmissores do SNC incluem a epinefrina, a serotonina, o GABA e as endorfinas.
Fibras nervosas: uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presente, seu envoltório de origem glial. O principal envoltório das fibras nervosas é a bainha de mielina (camadas de substâncias de lipídeos e proteína), que funciona como isolamento elétrico. Quando envolvidos por bainha de mielina, os axônios são denominados fibras nervosas mielínicas. Na ausência de mielina, as fibras são denominadas amielínicas. Ambos os tipos ocorrem no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico, sendo a bainha de mielina formada por células de Schwann, no periférico, e no central, por oligodendrócitos. A bainha de mielina permite uma condução mais rápida do impulso nervoso e, ao longo dos axônios, a condução é do tipo saltatória, ou seja, o potencial de ação só ocorre em estruturas chamadas de nódulos de Ranvier.
Nervos: após sair do tronco encefálico, da medula espinhal ou dos gânglios sensitivos, as fibras nervosas motoras e sensitivas reúnem-se em feixes que se associam a estruturas conjuntivas, constituindo nervos espinhais e cranianos.
A superfície da medula apresenta os seguintes sulcos longitudinais, que percorrem em toda a sua extensão: o sulco mediano posterior, fissura mediana anterior, sulco lateral anterior e o sulco lateral posterior. Na medula cervical existe ainda o sulco intermédio posterior que se situa entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior e que se continua em um septo intermédio posterior no interior do funículo posterior. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão, respectivamente as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais.

SISTEMA NERVOSO CENTRAL
O sistema nervoso central (SNC) recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. O sistema nervoso periférico (SNP) carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e deste para os órgãos efetores (músculos e glândulas).  O SNC divide-se em encéfalo e medula espinhal. O encéfalo corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais), diencéfalo (tálamo, hipotálamo, subtálamo e epitálamo), cerebelo, e tronco cefálico, que se divide em: bulbo, situado caudalmente; mesencéfalo, situado cranialmente; e ponte, situada entre ambos.
No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula espinhal, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente.
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-máter (mais externa), aracnóide (média) e pia-máter (mais interna). Entre a aracnóide e pia-máter há um espaço (subaracnóideo) preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquor.
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa aproximadamente 1,3 kg. O telencéfalo é dividido em dois hemisférios cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores. Entre os hemisférios, estão os ventrículos cerebrais (ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, posteriormente ao tronco encefálico. São reservatórios do líquor, participando na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso.
Em seu desenvolvimento, o córtex, a parte mais externa do cérebro, ganha diversos sulcos para permitir que o cérebro esteja suficientemente compacto para caber na caixa craniana, que não acompanha o seu crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os sulcos. O córtex está dividido em mais de quarenta áreas funcionalmente distintas, sendo a maioria pertencente ao chamado  neocórtex. Cada uma dessas áreas cerebrais controla uma atividade específica.
1. hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e possui apenas três camadas celulares; localiza-se medialmente ao ventrículo lateral.
2. córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao hipocampo; apresenta duas ou três camadas celulares.
3. neocórtex: córtex mais complexo; separa-se do córtex olfativo mediante um sulco chamado fissura rinal; apresenta muitas camadas celulares e várias áreas sensoriais e motoras. As áreas motoras estão intimamente envolvidas com o controle do movimento voluntário.
A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares de neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da fusão das partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex recobre um grande centro medular branco, formado por fibras axonais (substância branca). Em  meio a este centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há agrupamentos de corpos celulares neuronais que formam os gânglios da base - CAUDADO, PUTAMEN, GLOBO PÁLIDO e NÚCLEO SUBTALÂMICO, envolvidos em conjunto, no controle do movimento. Parece que os gânglios da base participam também de um grande número de circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. Outros circuitos estão envolvidos em certos aspectos da memória e da função cognitiva. Algumas das funções mais específicas dos gânglios basais relacionadas aos movimentos são:
1. Núcleo caudado: controla movimentos intencionais grosseiros do corpo (isso ocorre em nível subconsciente e consciente) e auxilia no controle global dos movimentos do corpo.
2. Putamen: funciona em conjunto com o núcleo caudado no controle de movimentos intensionais grosseiros. Ambos funcionam em associação com o córtex motor, para controlar diversos padrões de movimento.
3. Globo pálido: provavelmente controla a posição das principais partes do corpo, quando uma pessoa inicia um movimento complexo, Isto é, se uma pessoa deseja executar uma função precisa com uma de suas mãos, deve primeiro colocar seu corpo numa posição apropriada e, então, contrair a musculatura do braço. Acredita-se que essas funções sejam iniciadas, principalmente, pelo globo pálido.
4. Núcleo subtalâmico e áreas associadas: controlam possivelmente os movimentos da marcha e talvez outros tipos de motilidade grosseira do corpo.
Evidências indicam que a via motora direta funciona para facilitar a iniciação de movimentos voluntários por meio dos gânglios da base. Essa via origina-se com uma conexão excitatória do córtex para as células do putamen. Estas células estabelecem sinapses inibitórias em neurônios do globo pálido, que, por sua vez, faz conexões inibitórias com células  do tálamo (núcleo ventrolateral - VL). A conexão do tálamo com a área motora do córtex é excitatória. Ela facilita o disparo de células relacionadas a movimentos na área motora do córtex. Portanto, a conseqüência funcional da ativação cortical do putâmen é a excitação da área motora do córtex pelo núcleo ventrolateral do tálamo.


O DIENCÉFALO (tálamo e hipotálamo)
  Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o cérebro. O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro onde eles devem ser processados. O tálamo também está relacionado com alterações no comportamento emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas também de conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as emoções).
O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o apetite e o balanço hídrico do corpo, o sono e está envolvido na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões com as demais áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo. Aceita-se que o hipotálamo desempenhe, ainda, um papel nas emoções. Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese ("criação") do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais.

O TRONCO ENCEFÁLICO
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula espinhal e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais; (1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da cabeça; (2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo; lado direito de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do corpo); (3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções motoras e sensitivas específicas.
Na constituição do tronco encefálico entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua vez, se agrupam em feixes denominados tractos, fascículos ou lemniscos. Estes elementos da estrutura interna do tronco encefálico podem estar relacionados com relevos ou depressões de sua superfície. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico.

O CEREBELO
Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é primariamente um centro para o controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões com o cérebro e a medula espinhal). Como o cérebro, também está dividido em dois hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com os movimentos do lado direito do corpo.
O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos gânglios basais de todos os estímulos enviados aos músculos. A partir das informações do córtex motor sobre os movimentos musculares que pretende executar e de informações proprioceptivas que recebe diretamente do corpo (articulações, músculos, áreas de pressão do corpo, aparelho vestibular e olhos), avalia o movimento realmente executado. Após a comparação entre desempenho e aquilo que se teve em vista realizar, estímulos corretivos são enviados de volta ao córtex para que o desempenho real seja igual ao pretendido. Dessa forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular.

Sistema Renal

  SISTEMA URINÁRIO

                   
  O sistema urinário é constituído pelos órgãos uropoéticos, isto é, incumbidos de elaborar a urina e armazená-la temporariamente até a oportunidade de ser eliminada para o exterior. Na urina encontramos ácido úrico, ureia, sódio, potássio, bicarbonato, etc.
Este aparelho pode ser dividido em órgãos secretores - que produzem a urina - e órgãos excretores - que são encarregados de processar a drenagem da urina para fora do corpo. Os órgãos urinários compreendem os rins (2), que produzem a urina, os ureteres (2), que transportam a urina para a bexiga (1), onde fica retida por algum tempo, e a uretra (1), através da qual é expelida do corpo.
Além dos rins, as estruturas restantes do sistema urinário funcionam como um encanamento constituindo as vias do trato urinário. Essas estruturas – ureteres, bexiga e uretra – não modificam a urina ao longo do caminho, ao contrário, elas armazenam e conduzem a urina do rim para o meio externo.
RIM
Os rins são órgãos pares, em forma de grão de feijão, localizados logo acima da cintura, entre o peritônio e a parede posterior do abdome. Sua coloração é vermelho-parda. Estão situados de cada lado da coluna vertebral, por diante da região superior da parede posterior do abdome, estendendo-se entre a 11ª costela e o processo transverso da 3ª vértebra lombar. São descritos como órgãos retroperitoneais, por estarem posicionados por trás do peritônio da cavidade abdominal.
Os rins são recobertos pelo peritônio e circundados por uma massa de gordura e de tecido areolar frouxo. Cada rim tem cerca de 11,25 cm de comprimento, 5 a 7,5 cm de largura e um pouco mais que 2,5 cm de espessura. O esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito do que o direito. O peso do rim do homem adulto varia entre 125 a 170g; na mulher adulta, entre 115 a 155g. O rim direito normalmente situa-se ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido ao grande tamanho do lobo direito do fígado.
Na margem medial, côncava, de cada rim, encontra-se uma fenda vertical – o HILO RENAL – onde a artéria renal entra, e a veia e a pelve renal deixam o seio renal. No hilo, a veia renal está anterior à artéria renal, que está anterior à pelve renal. O hilo renal é a entrada para um espaço dentro do rim. O seio renal, que é ocupado pela pelve renal, cálices, nervos, vasos sanguíneos e linfáticos e uma variável quantidade de gordura.
Cada rim apresenta duas faces, duas bordas e duas extremidades. FACES (2) - Anterior e Posterior. As duas são lisas, porém a anterior é mais abaulada e a posterior mais plana. BORDAS (2) - Medial (côncava) e Lateral (convexa). POLOS (2) - Superior (Glândula Supra-Renal) e Inferior (nível de L3).
Anatomia Interna dos Rins

    Em um corte frontal através do rim, são reveladas duas regiões distintas: uma área avermelhada de textura lisa, chamada córtex renal e uma área marrom-avermelhada profunda, denominada medula renal. A medula consiste em 8-18 estruturas cuneiformes, as pirâmides renais. A base (extremidade mais larga) de cada pirâmide olha o córtex, e seu ápice (extremidade mais estreita), chamado papila renal, aponta para o hilo do rim. As partes do córtex renal que se estendem entre as pirâmides renais são chamadas colunas renais.
    Juntos, o córtex e as pirâmides da medula renal constituem a parte funcional, ou parênquima do rim. No parênquima estão as unidades funcionais dos rins - os NÉFRONS. A urina, formada pelos néfrons, drena para os grandes ductos papilares, que se estendem ao longo das papilas renais das pirâmides.
    Os ductos drenam para estruturas chamadas cálices renais menor e maior. Cada rim tem 8-18 cálices menores e 2-3 cálices maiores. O cálice renal menor recebe urina dos ductos papilares de uma papila renal e a transporta até um cálice renal maior. Do cálice renal maior, a urina drena para a grande cavidade chamada pelve renal e depois para fora, pelo ureter, até a bexiga urinária. O hilo renal se expande em uma cavidade, no rim, chamada seio renal.


Néfrons

O néfron é a unidade morfofuncional ou a unidade produtora de urina do rim. Cada rim contém cerca de um milhão de néfrons. A forma do néfron é peculiar, inconfundível, e admiravelmente adequada para sua função de produzir urina. Ele é formado por dois componentes principais:
   1. Corpúsculo Renal:
  •         Cápsula Glomerular (de Bowman);
  •         Glomérulo – rede de capilares sanguíneos enovelados dentro da cápsula glomerular.
   2. Túbulo Renal:
  •         Túbulo contorcido proximal;
  •         Alça do Néfron (de Henle);
  •         Túbulo contorcido distal;
  •         Túbulo coletor.

Funções dos Rins
   Os rins realizam o trabalho principal do sistema urinário, com as outras partes do sistema atuando, principalmente, como vias de passagem e áreas de armazenamento. Com a filtração do sangue e a formação da urina, os rins contribuem para a homeostasia dos líquidos do corpo de várias maneiras. As funções dos rins incluem:
  •         Regulação da composição iônica do sangue;
  •         Manutenção da osmolaridade do sangue;
  •         Regulação do volume sanguíneo;
  •         Regulação da pressão arterial;
  •         Regulação do pH do sangue;
  •         Liberação hormonal;
  •         Regulação do nível de glicose no sangue;
  •         Excreção de resíduos e substâncias estranhas.
Glândulas Suprarrenais

         As glândulas supra-renais (adrenais) estão localizadas entre as faces supero-mediais dos rins e o diafragma. Cada glândula suprarrenal, envolvida por uma cápsula fibrosa e um coxim de gordura, possui duas partes: o córtex e a medula suprarrenais, ambas produzindo diferentes hormônios.
         O córtex secreta hormônios essenciais à vida, enquanto que os hormônios medulares não são essenciais para a vida. A medula pode ser removida, sem causar efeitos que comprometem a vida. A medula supra-renal secreta dois hormônios: epinefrina (adrenalina) e norepinefrina. Já o córtex secreta os esteróides.
URETERES
         São dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga. Órgãos pouco calibrosos, os ureteres têm menos de 6mm de diâmetro e 25 a 30cm de comprimento. A pelve renal é a extremidade superior do ureter, localizada no interior do rim.
         Descendo obliquamente e medialmente, o ureter percorre por diante da parede posterior do abdome, penetrando em seguida na cavidade pélvica, abrindo-se no óstio do ureter situado no assoalho da bexiga urinária. Em virtude desse seu trajeto, distinguem-se duas partes do ureter: abdominal e pélvica. Os ureteres são capazes de realizar contrações rítmicas denominadas peristaltismo. A urina se move ao longo dos ureteres em resposta à gravidade e ao peristaltismo.

BEXIGA

          A bexiga urinária funciona como um reservatório temporário para o armazenamento da urina. Quando vazia, a bexiga está localizada inferiormente ao peritônio e posteriormente à sínfise púbica: quando cheia, ela se eleva para a cavidade abdominal. É um órgão muscular oco, elástico, que nos homens situa-se diretamente anterior ao reto e, nas mulheres está à frente da vagina e abaixo do útero.
          Quando a bexiga está cheia, sua superfície interna fica lisa. Uma área triangular na superfície posterior da bexiga não exibe rugas. Esta área é chamada trígono da bexiga e é sempre lisa. Este trígono é limitado por três vértices: os pontos de entrada dos dois ureteres e o ponto de saída da uretra. O trígono é importante clinicamente, pois as infecções tendem a persistir nessa área.
           A saída da bexiga urinária contém um músculo circular chamado esfíncter interno, que se contrai involuntariamente, prevenindo o esvaziamento. Inferiormente a esse músculo, envolvendo a parte superior da uretra, está o esfíncter externo, que é controlado voluntariamente, permitindo a resistência à necessidade de urinar. A capacidade média da bexiga urinária é de 700 – 800 ml; é menor nas mulheres porque o útero ocupa o espaço imediatamente acima da bexiga.

URETRA
           A uretra é um tubo que conduz a urina da bexiga para o meio externo, sendo revestida por mucosa que contém grande quantidade de glândulas secretoras de muco. A uretra se abre para o exterior através do óstio externo da uretra. A uretra é diferente entre os dois sexos.
Uretra Masculina
          A uretra masculina estende-se do orifício uretral interno na bexiga urinária até o orifício uretral externa na extremidade do pênis. Apresenta dupla curvatura no estado comum de relaxamento do pênis. É dividida em três porções: a prostática, a membranácea e a esponjosa, cujas as estruturas e relações são essencialmente diferentes. Na uretra masculina existe uma abertura diminuta em forma de fenda, um ducto ejaculatório.

Uretra Feminina
           É um canal membranoso, estreito, estendendo-se da bexiga ao orifício externa no vestíbulo. Está colocada dorsalmente à sínfise púbica, incluída na parede anterior da vagina, e de direção oblíqua para baixo e para frente; é levemente curva, com a concavidade dirigida para frente. Seu diâmetro, quando não dilatada, é de cerca de 6 mm. Seu orifício externo fica imediatamente na frente da abertura vaginal e cerca de 2,5 cm dorsalmente à glande do clitóris. Muitas e pequenas glândulas abrem-se na uretra. As maiores destas são as glândulas para-uretrais, cujos ductos desembocam exatamente dentro do óstio uretral.

OBS: as uretras masculinas e a femininas se diferem em seu trajeto. Na mulher, a uretra é curta (3,8cm) e faz parte exclusivamente do sistema urinário. Seu óstio externo localiza-se anteriormente à vagina e entre os lábios menores. Já no homem, a uretra faz parte dos sistemas urinário e reprodutor. Medindo cerca de 20 cm, é muito mais longa que a uretra feminina. Quando a uretra masculina deixa a bexiga, ela passa através da próstata e se estende ao longo do comprimento do pênis. Assim, a uretra masculina atua com duas finalidades: conduz a urina e o esperma.

O conhecimento da anatomia humana para o Tec. De Radiologia.



  Para quem estuda ou pretende participar de um curso na área de saúde, seja ele de nível técnico ou superior a disciplina de anatomia humana é uma ferramenta de fundamental importância e até posso dizer que a considero como a ciência mãe dessa área.

     Anatomia humana parece ser um desafio para muitos – digo mais: parece não, é um desafio real! - principalmente para aqueles que estão iniciando seus estudos na área da saúde, mas se for estudada de forma organizada e sistematizada, torna-se uma situação otimizada tanto para o docente ministrante da disciplina quanto para o aluno, principalmente quando relacionada a situações práticas como visitas aos laboratórios de anatomia ou aos necrotérios.
      Nos laboratórios temos os manequins e peças anatômicas, réplicas das partes do corpo humano ou mesmo partes reais em soluções conservantes; no necrotério, cadáveres para práticas de dissecação e estudo mais aprofundado.
 Vale lembrar que é sempre bom termos um atlas de anatomia humana em mãos, pois eles trazem muitas informações sobre o conhecimento geral da maioria das estruturas do corpo humano. Alguns deles são bem mais específicos e completos, com uma grande quantidade de informações detalhadas mostradas em fotografias ou ilustrações feitas à mão por artistas treinados e outros mais simples por serem utilizados em situações que não exijam tanto aprofundamento em determinadas situações (os de conteúdo mais resumido).     Até mesmo para uma simples aplicação de uma injeção intramuscular, devemos ter o conhecimento da área de interesse, pois dessa forma saberemos se poderemos possivelmente atingir alguma estrutura como um vaso samguíneo ou um nervo, por exemplo, e assim, evitar possíveis problemas em nossos procedimentos.     Outro exemplo de situação em que o conhecimento da anatomia humana é importante aplica-se aos profissionais da imaginologia médica, como os técnicos e tecnólogos em radiologia que precisam ter um conhecimento muito abrangente desta ciência para que eles possam atuar de forma precisa na localização de estruturas e na realização de exames radiológicos – costumo até brincar com meus alunos dizendo que eles devem falar anatomia fluentemente – o que não deixa de ser uma verdade que deve ser aceita por esses profissionais.   Vamos mais adiante: todos nos concordamos que um acadêmico de medicina, enfermagem, fisioterapia e tantos outros estudantes mergulham fundo na disciplina com o intuito de dominar a anatomia e usá-la posteriormente como ferramenta principal nas suas atividades de trabalho cotidianas.     Portanto, anatomia é considerada como um ramo das ciências biológicas que estuda a estrutura e a forma de células, tecidos, órgãos ou sistemas (LOPES, 1994, p 14.) e tenho certeza de que o grego Teofrasto (discípulo de Aristóteles) tido como o mais antigo relator de experiência com dissecação de cadáveres (WIKIPÉDIA.ORG, NOV. 2009.) ficaria feliz em saber que nos, os estudiosos da anatomia possuímos largo conhecimento do corpo humano, fruto de incansável pesquisa e dedicação.